sábado, 29 de dezembro de 2012

Fisioterapia do Trabalho: Coffito vence ação judicial sobre o CFM


O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO venceu a ação civil pública movida pelo Conselho Federal de Medicina – CFM que tentava suspender a atuação de fisioterapeutas do trabalho em práticas legalmente reconhecidas pelo COFFITO.

A ação visava suspender atuações normatizadas pela Resolução Coffito 403/2011 e totalmente amparadas pelo Decreto Lei 938/69, que garante que avanços tecnológicos e científicos comprovadamente seguros e eficazes podem e devem ser aplicados pelo fisioterapeuta na prestação de serviços de saúde à população.

Desrespeitando a qualificação e a autonomia profissional do fisioterapeuta, bem como a função normativa do COFFITO, o CFM tentou sem sucesso impedir que o profissional especialista em Fisioterapia do Trabalho realize perícias e que tenha o domínio das seguintes áreas de competência: estabelecer nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica; solicitar, realizar e interpretar exames complementares; determinar diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico; solicitar, aplicar e interpretar escalas, questionários e testes funcionais; e realizar ou participar de pericias e assistências técnicas judiciais.

Diante da nítida tentativa de promover uma ilegal reserva de mercado, a ação movida pelo CFM contra o COFFITO teve a petição inicial indeferida pela Justiça Federal do Distrito Federal – cabendo recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Acertadamente, o juiz compreendeu que o CFM fez “uma leitura rasa e precipitada da norma administrativa”, visto que a Resolução 403/2011 do COFFITO refere-se exclusivamente à atuação profissional do fisioterapeuta do trabalho sem interferir ou fazer referência ao exercício da Medicina.

O COFFITO comemora mais uma vitória, que ratifica a competência legal da Fisioterapia e o reconhecimento social pelo trabalho eficaz do fisioterapeuta.
FONTE: www.coffito.org.br

sábado, 10 de novembro de 2012

O processo de Reabilitação (ops! de recuperação funcional)


O processo de reabilitação, ou melhor de recuperação funcional (deixe-me corrigir antes das críticas), não é um processo fácil. Como Fisioterapeuta pós-graduado em Osteopatia acredito que nosso organismo é capaz de curar-se desde que não haja bloqueios, e minha função é liberar o corpo desses bloqueios que impedem o corpo de fazer aquilo que ele é habilitado a fazer, assim como nosso sistema imunológico é capaz de combater grande parte dos patógenos que nos atacam, nosso corpo é capaz de se regenerar, e quando isso não é possível cicatrizar.
Até aí tudo bem, não parece difícil descrevendo, mas o processo de detectar esses bloqueios é bem mais (muito mais) complexo, não é raro seguirmos "pistas" falsas sobre o que está errado, e digo mais quando nos especializamos demais podemos ter nosso julgamento comprometido, podemos querer que o paciente tenha aquilo que estamos mais acostumados a tratar, aquilo que nos é mais fácil, ou ainda, como numa postagem recente podemos seguir a imagem (exame complementar) e não o que o paciente apresenta clinicamente.
Outro fato que costumo enfatizar com os pacientes é que esse processo depende muito mais deles que de mim, ou seja, como eu poderia com algumas sessões fazer com que todo vício de postura, toda atividade realizada de forma inadequada, toda agressão ao sistema locomotor, visceral etc simplesmente desaparecesse, peço que não se iludam com o desaparecimento da dor na(s) primeira(s) sessão(ões), peço que poupem seu organismo para que esse possa se recuperar e que esse possa se manter em harmonia depois de tratado.
Muitas vezes fazer o certo não é confortável, pode doer, ou mesmo parece mais difícil educar o organismo que esta acostumado a ficar errado.
Devemos lembrar que para a manutenção da postura precisamos de equilíbrio, conforto e gasto energético, por isso não basta mandar alguém sentar certo, "encolher a barriga e estufar o peito", a correção sozinha sem acompanhamento irá esbarrar naquelas regrinhas acima, corrigir sem garantir equilíbrio, conforto e gasto energético é em vão, nesse caso a pessoa irá cansaço, dor  (em geral queimação) e até mesmo perda de equilíbrio, e é aí que entramos, detectando esses bloqueios que impedem a manutenção da postura correta, que justamente por respeitar essas mesmas regras eviram o desgaste precoce de nossas estruturas.
Enfim, esse processo requer tempo, dedicação e vigilância para que não haja recidivas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A Clinica é Soberana



A Clínica é SOBERANA
Muitos não irão entender esse termo, mas os que entendem com certeza irão concordar comigo.
Um dos maiores ensinamentos na minha formação em Osteopatia (pós-graduação com 1500 horas) foi essa: a clinica é soberana.
Assim como não adianta saber todos os tratamentos se você não souber o que seu paciente tem, você não consegue tratar o que você não sabe o que é, de outra maneira é um tiro o escuro, um jogo de tentativas, que implicaria em muitos erros e poucos acertos.
Com os avanços tecnológicos os exames complementares facilitaram muito a vida dos profissionais da saúde, mas também os deixaram preguiçosos e muitas vezes incapazes de fazer uma boa (ou mesmo satisfatória) avaliação clinica.
Não é raro passarmos por um profissional que pede uma tonelada de exames e sequer "coloca a mão" no paciente.
Sem querer "brigar com a imagem", claro que os exames mostram a condição desse paciente, uma alteração estrutural que pode ser mais facilmente detectada se tivermos em mãos o exame complementar, MAS NÃO DEVEMOS ESQUECER QUE EXAMES COMPLEMENTARES SÃO COMPLEMENTARES, e não servem para nada a não ser confirmar uma hipótese diagnóstica.
Quem nunca avaliou um paciente que relata dores insuportáveis e seus exames complementares estão "limpos"? Significa que este não tem nada?
Ou mesmo quem nunca avaliou um pacientes que quase não refere  dores ou algum outro sintoma e seus exames apresentam-se com muitas alterações?
Muitos profissionais adoram divulgar que possuem nas suas clinicas e consultórios os mais modernos aparelhos de exames e de nada adianta tudo isso se não houver uma avaliação clinica bem feita.
Um famoso seriado americano, o Dr. House, fez muito sucesso mostrando as dificuldades de se fechar um diagnóstico clinico, e em todos os episódios eram feitos vários exames, muitos ainda distantes da realidade da maioria das cidades brasileiras, mas o que fechava o diagnóstico era a ideia, o raciocínio, a lógica e os exames complementares serviam para confirmar o que foi traçado no cérebro.
Quantas vezes não nos deparamos com pacientes submetidos a tratamentos (conservadores ou cirúrgicos) e não tem alteração alguma na suas queixas? Será se a elaboração da conduta não foi baseada no exame complementar e não na clinica do paciente? Com exceção dos casos onde a patologia tem um prognóstico ruim, muitas vezes muitos profissionais baseiam sua conduta no que vê no exame e não no que descobriu no paciente.
Pouco a pouco estamos perdendo nossa capacidade de avaliar, estamos perdendo nosso contato direto com o paciente, se isso não mudar em pouco tempo estaremos tratando os exames e não o paciente.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quando o errado se torna o certo

Não é raro, pelo contrário, é extremamente comum pessoas em tratamento de dores na coluna não conseguirem permanecer na postura correta, seja em pé, sentado, deitado etc.
O processo de tratamento envolve muito mais do que apenas o tratamento clinico, mas também mudanças de hábitos lesivos.
Por vezes escutamos os pacientes dizer que não conseguem sentar-se da maneira correta, que corrigir a postura causa dores, desconforto, ou mesmo que só conseguem dormir da maneira a qual estão acostumados.
Como resposta eu digo que se fosse fácil nós fisioterapeutas estaríamos desempregados e que assim como o processo do corpo em adotar o errado como certo não foi do dia para a noite a adaptação das posturas corretas também levaria algum tempo.
A postura é a organização das partes do corpo, e essa deve ser feita respeitando conforto e mínimo gasto energético. Se essa organização está errada além de maior gasto energético o conforto estará prejudicado o que levaria outros segmentos a se alterarem buscando uma forma de compensar a alteração primária, como numa trama de elástico onde a tensão aplicada sobre um elástico refletiria em todos os outros. Além do mais essas alterações causam desgaste prematuro de nossas articulações gerando artroses, mantem os músculos em tensão gerando dores, fadiga e causando uma série de outras patologias, como hérnias de disco.
Apesar de considerar o fator mais difícil no tratamento as mudanças de hábitos devem ser incentivadas, é preciso insistir que o paciente não é um ser passivo no seu processo de tratamento e que a melhora passa pela responsabilidade do paciente, e que não é possível ter uma outra condição de vida, sem dor se ele continuar fazendo o que sempre fez e que essas atitudes podem ser a causa do seu problema.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quanto custa sua saúde?

Tenho visto com certa frequência profissionais dizendo ser difícil cobrar um preço justo pelo atendimento fisioterapêutico, principalmente o especializado.
Uma coisa lhes digo, a fisioterapia é uma área em ampla expansão, e não acho que seja uma área ruim de se trabalhar.
Se imaginarmos que estima-se que mais de 80% da população sofre de dores na coluna, podemos ter em potencial mais de 152 milhões de brasileiros como pacientes em potencial! Só contando coluna, agora imagine todas as áreas de atuação!
O diferencial é importante, a maneira com que vende e oferece seus serviços faz toda diferença.
O paciente não quer ser tratado em coletividade, não quer ser uma patologia, uma abordagem individualizada faz toda diferença.
Se conseguir fazer seu paciente entender que pagando um pouco mais terá uma atenção maior (somente ele durante toda a sessão), menor número de sessões semanais e no total, recuperação mais rápida etc.
Não é nova a expressão tempo é dinheiro, então saiba explicar que uma sessão de fisioterapia especializada por semana terá o mesmo efeito (senão mais) que 5 sessões diárias, então a economia não é só no tempo, mas também no investimento.
Outra maneira fácil é mostrar que o tratamento não é caro se comparado a outros gastos, como por exemplo: manicure corte de cabelo etc, de forma alguma quero aqui duvidar da importância desses profissionais, mas viram como é relativo o "caro" para tratar a saúde e o "caro" para cuidar da aparência?
A valorização profissional é feita primeiramente pelo profissional, e só é possível com a remuneração adequada.
Concorrência deve ser por melhores serviços e não por menores preços. Precisamos de COOPERAÇÃO  e não de COMPETIÇÃO.



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

OSTEOPATIA E QUIROPRAXIA


Muitas vezes me perguntam sobre as diferenças entre a Osteopatia e a Quiropraxia.
Ambas são especialidades da Fisioterapia, são terapias manuais e sem dúvida são muito eficientes, se olharmos para a criação das técnicas encontramos muitas diferenças, desde a idealização por seus autores (Still e Palmer), filosofia etc, porém, essas diferenças foram ao longo dos anos diminuindo.
As duas especialidades atualmente possuem muito mais semelhanças que diferenças, e na minha opinião dentro de algum tempo irão se diferenciar somente no nome, porque tecnicamente serão uma coisa só!
Vejamos a quantidade de autores formados nas duas areas, a grade curricular são muito próximas e muito de uma foi incluido na outra e vice-versa.
A maior dificuldade é a de não existir uma nomenclatura única que defina as técnicas, pois mesmo dentro da própria Osteopatia a monenclatura varia de uma escola para outra.
Muitas vezes pessoas me perguntam sobre que especialista devam procurar, Osteopatia ou Quiropraxia, sempre respondo que desde que seja um bom profissional, ambos terão bons resultados, mas faço uma observação, que procurem por um especialista, ou alguém que cursou uma pós graduação, ou seja uma formação completa, com duração de 1.500 horas, saibam que é minha opinião e desde já explico minha posição.
Segundo a resolução 220 do COFFITO, que dispõe sobre a Osteopatia e Quiropraxia como Especialidade do Fisioterapeuta, e considerando a complexidade do tema, resolve que a duração do curso seja de 1.500 horas, com 1\3 (500 horas) seja de atividades práticas e com duração mínima de 2 anos, o que concordo plenamente com essa resolução, é uma área extremamente complexa e necessita realmente de um tempo diferenciado, com prática, sendo durante a mesma que o profissional coloca em pratica o que aprendeu, colocação das mãos, vetor de movimento, quantidade de força, sensação final, sem essa carga horaria e prática muitas vezes o profissional chega cru para atender o paciente e acaba "praticando" no consultório.
Outra resolução a 398 que disciplina a Especialidade Profissional de Osteopatia e resolução 399 qual disciplina a Especialidade Profissional de Quiropraxia, ambas englobam as competências e condicionam o conhecimento de diversas disciplinas e tratam de outras competências.
A Resolução 377 que dispõe sobre o registro de título de Especialidade Profissional em Fisioterapia, dispõe sobre a prova de títulos, sendo necessário a aprovação no exame de conhecimento e prova de títulos na especialidade requerida, sendo levado em consideração os cursos (formação) e tempo de experiencia profissional e outras. (www.coffito.org.br Resoluções 220,  398,399 e 370).
Ainda sim existem bons profissionais que não possuem título de especialista ou que tenha cursado uma pós graduação com 1500horas, profissionais com grande experiencia profissional.
Ainda sim penso eu ser extremamente importante que o profissional passe por uma formação completa.
Outro conselho é que procure por um FISIOTERAPEUTA especialista (Osteopatia ou Quiropraxia).
Sendo um Fisioterapeuta ele tem uma autarquia federal que o fiscaliza (tanto técnica e eticamente), portanto, a qualquer ato de imperícia, infração ética ou qualquer outro fato que saia da normalidade você terá a quem recorrer: ao CREFITO. E em cima disso faço um alerta: existe um lobby internacional fortíssimo para o reconhecimento da quiropraxia como profissão, muitas universidades abrem cursos que mais tarde seus alunos terão problemas com a atuação profissional, essa falta de respeito com a legislação brasileira vem de fora e encontra apoio em instituições mercenárias aqui do Brasil, é mais ou menos como se alguem fosse à sua casa e mudasse seus hábitos e costumes, portanto, procure por um FISIOTERAPEUTA!
OSTEOPATIA e QUIROPRAXIA são especialidades do FISIOTERAPEUTA.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dor e Stress

As emoções tem um papel importante na percepção da dor, podendo alterar o limiar da dor (diminuindo ou amplificando).
Não é raro pacientes em tratamento de depressão apresentar dores crônicas e mesmo os pacientes com queixa de dores por um longo período costumam apresentarem sinais e sintomas de stress e depressão, durante muito tempo isso não foi levado em conta, muitas vezes era até levantadas algumas suspeitas sobre a existência de tais dores.
Conforme o estudo do cérebro foi sendo mais aprofundado e conhecido os circuitos neurais a abordagem e a compreensão desses pacientes foi mudando drasticamente.
Atualmente sabe-se que alguns neurotransmissores envolvidos nos quadros de depressão estão envolvidos também na sensação de dor. Outro fato é a integração das fibras de dor com o sistema límbico (emoções), o que explica muitas vezes a vontade de xingar quando nos machucamos, essas fibras nociceptivas (fibras de dor) também tem conexões com a formação reticular, que alem de outras funções controla o sono, pois isso a dor muitas vezes é pior a noite, e a falta do sono trás também consequências terríveis nos quadros de stress e depressão.
Segundo algumas pesquisas o Brasil está entre os países mais estressados, e com a auto-medicação temos visto abuso de analgésicos que na maioria das vezes não traz beneficio ao paciente.
O grande problema que nem sempre é fácil detectar quando o paciente apresenta realmente uma dor física, uma dor psicossomática ou mesmo se o quadro psicológico esta amplificando a dor física, existem algumas pistas mas não é uma regra, mas vale a pena ficar atento se o paciente apresenta histórico de depressão, distúrbios do sono, gastrite, queixas sobre o dia-a-dia no trabalho, em casa ou na escola, cefaleia, quadros de tristeza sem motivo, fadiga (cansaço), ganho ou perda de peso alterações do apetite), se a dor encontra-se presenta há mais de 3 meses (dor crônica).
O trabalho com uma equipe multidisciplinar com certeza é de grande utilidade, pois a visão de outros profissionais pode ajudar a diferenciar um paciente com dor psicossomática.
O tratamento quando detectada a presença do fator emocional no paciente deve ser por uma equipe multidisciplinar, abordando todos os aspectos que possam estar envolvidos no quadro do paciente, negligenciar a intervenção de outros profissionais é arriscar piorar a situação do paciente, podendo entrar num ciclo vicioso perigoso onde a dor piora o stress que aumenta a dor e assim por diante.




quinta-feira, 12 de julho de 2012

DOR CRÔNICA


A dor é um importante mecanismo de defesa do nosso corpo, ela informa que algo não está normal no nosso organismo, sem ela por exemplo não sentiríamos que quebramos um osso e sem a devida proteção poderíamos agravar a lesão, ela também informa sobre um potencial dano aos tecidos, como colocar a mão sobre uma superfície quente.
Acontece que quando ela se torna constante isso se torna um grande problema, a DOR CRÔNICA. Segundo a Organização Mundial da Saúde OMS uma em cada cinco pessoas sofrem com dores crônicas.
A dor crônica pode ser definida como uma dor com duração superior a 3 meses, ou por um período superior ao estimado para a recuperação do paciente.
O problema é bem complexo e causa impactos na qualidade de vida dos indivíduos acometidos pela dor e também impactos na economia, estima-se que só nos EUA as dores crônicas causam prejuízos de mais de 210 bilhões de dólares (entre tratamentos, faltas ao trabalho e baixa produtividade dos trabalhadores com dor).
As mulheres são mais acometidas que os homens, cerca de 34% das mulheres e 20% dos homens apresentam dores crônicas.
Muitos estudos são feitos para entender e amenizar esse problema, o que se sabe é que o fator emocional tem fortes influencias na perpetuação e na amplificação das dores, e muitas vezes relação direta com o aparecimento das mesmas.
Os estudos apontam que as origens das dores crônicas são complexas, assim como não existe um tratamento único que resolva todos os problemas, mas a associação de alguns medicamentos com tratamentos físicos e psicológicos são os que apresentam resultados mais satisfatórios.
Recentemente foi descoberto que o bloqueio dos canais de cálcio das membranas celulares inibe a transmissão do estímulo doloroso o desafia agora é criar fármacos que atuem apenas nas células responsáveis pela dor.
Dentre os locais mais comuns de dores crônicas estão a coluna vertebral (22%), as pernas e os pés (20%), o peito (17%) e a cabeça (16%).

Dentre os tratamentos fisioterapêuticos se destacam as terapias manuais (Osteopatia, RPG, Terapia Crânio-sacral), massagens, hidroterapia e uso das correntes elétricas (TENS), acupuntura e outras.
Sob o ponto de vista global algumas das dores persistentes tem como origem o desequilíbrio das estruturas corporais e por essa razão, por mais que se tomem medicamentos ou submeta o paciente a tratamentos convencionais a dor irá persistir, pode até diminuir de intensidade, mas sem a correção estrutural, ou seja, a correção dessas estruturas, a dor irá se perpetuar.
Muitas das patologias degenerativas que são responsáveis pelas dores crônicas tem origem nas alterações funcionais do corpo.
Como não existe ainda uma única técnica ou método 100% eficaz, a equipe multidisciplinar é a melhor opção para o combate da dor crônica, médicos, fisioterapeutas e psicólogos, o entrosamento entre esses profissionais pode fazer a diferença para aqueles que sofrem de dor crônica.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dores na Coluna: Uma verdadeira Epidemia!


As dores na coluna podem ser consideradas uma verdadeira epidemia devido ao elevado índice de acometidos e pelo impacto na economia mundial.
O mundo todo paga um alto preço pela falta de politicas de prevenção das dores na coluna, se apenas isso não bastasse falta muitas vezes qualificação profissional para atender esse número cada vez maior de pacientes.
No Brasil é a terceira causa de aposentadoria precoce e a segunda causa de faltas ao trabalho, estima-se que mais de 80% da população mundial tem, tiveram ou terão dores nas costas, números realmente assustadores.
Um fato que todos precisam saber é que mais de 90% dos casos são tratados de forma conservadora, ou seja, não necessitam de cirurgia. Para que no entanto o tratamento tenha o resultado positivo é primordial detectar a causa do problema, outro fator que aumenta os bons resultados é o acesso ao paciente a todas as informações sobre sua patologia.
Existem várias causas para as dores na coluna, é importante ficar atendo a cada sintoma, não menosprezar nenhuma informação por mais insignificante que possa parecer, muitas vezes são os detalhes que ajudam a fechar um diagnóstico e por mais avançados que estejam os exames complementares (RNM, TC, RX etc), a avaliação clinica é soberana.
Dentre as causa podemos citar: musculares (tensões ou distensões), ligamentares, síndromes facetárias (articulações posteriores das vértebras), espondilolistese, hérnias discais, artroses, estenoses e outras. Sem a identificação correta da origem da dor, o tratamento é muitas vezes ineficiente, sendo nesse caso alto o índice de recidivas (novas crises).
A conscientização do paciente sobre sua patologia e acesso a informação contribui muito para o sucesso do tratamento, através do acesso a informação o paciente poderá identificar outros sintomas referentes à sua patologia, poderá reconhecer fatores que podem prejudicá-lo, ajuda-lo passará a prestar mais atenção em sua postura e terá maior cuidados nas realizações de suas atividades de vida diária. O paciente também deverá estar consciente que a dor crônica irá certamente influenciar na sua qualidade de vida influenciando inclusive no seu emocional, o que poderá agravar seus sintomas ou mesmo criar novos sintomas, bem como ter influencias negativas na sua alimentação e qualidade do sono.
Dentre os fatores causadores das patologias podemos citar o sedentarismo, crescente a cada dia, fatores genéticos, obesidade, fumo, má postura, atividades físicas extermas, movimentos repetitivos e muitos outros, mas o principal segundo muitos autores é a fraqueza ou ineficiência dos músculos estabilizadores (multífidos e abdominal oblíquo).

Os tratamentos se dividem em conservador e cirúrgicos, sendo conservadores o tratamento medicamentoso e fisioterapia, havendo ainda dentro da fisioterapia uma infinidade de técnicas e métodos muito eficientes, dentre os quais se destacam a Osteopatia, RPG, Mckenzie, Cadeias Musculares etc.
Uma técnica não muito recente esta ganhando mais espaço a cada dia devido aos bons resultados, o Sistema de Flexão e Distração, criado por um Osteopata americano que havia idealizado adaptações no sistema de tração mantida, técnica que data de 3.000 anos AC, esse sistema sofreu ainda adaptações realizadas pelo quiropata James Coxx e pelo Osteopata Eckard, sendo então o sistema adotado até os dias atuais. O Sistema de Flexão e Distração promove uma diminuição da pressão intradiscal, reduz a estenose, alonga o ligamento amarelo,  aumenta o transporte de nutrientes para o disco etc.
É importante salientar que nenhum tratamento será realmente eficiente se o paciente não mudar alguns hábitos como aprender a corrigir a postura, evitar movimentos lesivos e principalmente iniciar uma prática de atividade física com fins terapêuticos. O paciente precisa ter a plena noção que a maioria das patologias degenerativas da coluna vertebral não tem cura, mas pode ser controladas, e ao final do tratamento uma atividade física que privilegie a manutenção e correção postural, manutenção da flexibilidade, e fortalecimento dos músculos estabilizadores irá reduzir drasticamente as recidivas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estabilização Vertebral

A Estabilização Vertebral foi idealizada por Fisioterapeutas da Universidade de Queensland (Austrália) na década de 90, e visa fortalecer os músculos profundos da coluna vertebral para proteger as estruturas articulares de microtraumas repetitivos, melhorar o grau de estabilidade vertebral evitando recidivas de dores na coluna em longo prazo.
 A estabilidade vertebral é dada por elementos estáticos e dinâmicos da coluna vertebral sendo os estáticos: corpos vertebrais, articulações facetárias, cápsula articular, discos intervertebrais e os ligamentos espinhais; e os dinâmicos : o sistema musculotendineo em especial os músculos multifidos e transverso do abdômen que promoverão proteção e suporte às articulações através do controle dos movimentos fisiológico e translacionais da coluna.
 
Segundo BISSHOP, a instabilidade é a causa primária e secundária da dor lombar. 
O processo usado para o recondicionamento dos músculos multífidos é através de exercícios específicos desenvolvido pela técnica de Estabilização Segmentar Vertebral, onde envolvem não só os músculos multífidos, mas também os músculo transverso do abdomem (RICHARDSON et al, 1999).
Na maioria das vezes os exercícios trabalham músculos superficiais e longos, músculos esses que relevância insignificante para promover a estabilidade lombar. A técnica trabalha o fortalecimento e o controle dos músculos multífidos e oblíquo abdominal, devido a suas particularidades anatômicas (disposição anatômica, tipo de fibra muscular etc) esses músculos são fundamentais para restabelecer a estabilidade lombar. A estabilidade pode ser definida como a habilidade de prevenir e controlar movimentos indesejáveis ao redor de um ponto fixo. O alto índice de dor lombar e cervical na população produtiva é alto, levando a consequências socioeconômicas desastrosas, devido a isso iniciou-se uma pesquisa para desenvolver um método de tratamento mais efetivo que reduzisse as recidivas a longo prazo. Surgiu então a estabilização segmentar vertebral “ESV”; o retreinamento do sistema muscular através dos exercícios de controle motor tem sido utilizado com sucesso não só na coluna vertebral como também nas articulações periférica. A ESV possui uma vasta aplicabilidade clínica e deve ser utilizada em conjunto com outras técnicas como: Osteopatia, conceito maitland, mobilização neural, mulligan entre outras.
 
 Quando alguém efetua um movimento, os chamados músculos estabilizadores se contraem antes mesmo do movimento acontecer. Esta contração involuntária, no entanto, pode ser inibida em razão do cansaço, da presença de um trauma ou como resultado do sedentarismo do paciente. Com isso os demais músculos são sobrecarregados e provocam dor. É na reeducação desse grupo muscular que se baseia a estabilização segmentar.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Osteopatia Preventiva

A Osteopatia além de atuar no tratamento das disfunções do corpo é também um recurso preventivo!

Cresce a cada dia a utilização da Osteopatia como prevenção das lesões e dores. Por se tratar de uma modalidade manual onde o tratamento baseia-se na identificação e liberação das disfunções de mobilidade a Osteopatia atua como excelente recurso preventivo nos casos de dores e aparecimento de lesões. 
O Tratamento é realizado da mesma forma de um tratamento convencional, porém, neste caso não há a queixa. O paciente é submetido a uma avaliação minuciosa onde são detectadas as alterações e imediatamente corrigidas.
Quem mais vem se beneficiando dessa "abordagem preventiva" são os atletas, principalmente os atletas de alto rendimento que executam gestos esportivos em treinos e competições inúmeras vezes.
Se pensarmos que depois do aparecimento da lesão o atleta irá muitas vezes se afastar dos treinamentos no período de tratamento, passar pelas etapas de reabilitação para depois retornar aos treinos e mais tarde ás competições isso gera uma queda nos resultados até que se alcance novamente seu nível.
A abordagem preventiva, apesar de amplamente divulgado seus benefícios ainda engatinha no Brasil, é muito mais comum infelizmente se remediar que se prevenir, basta atentarmos para a venda indiscriminada de medicamentos. 
Por muitos anos se divulgou que o alongamento é uma forma de prevenção, o que mais recentemente foi demonstrado que não é, segundo pesquisas recentes a repetição de gestos esportivos e mobilização articular (que nada mais é que Osteopatia) são as melhores formas de prevenção de lesões. 
Se imaginarmos nosso corpo como uma máquina (o que realmente é), a prevenção, no caso a Osteopatia, seria como as revisões, ou seja, são realizadas para detectar futuros problemas, corrigidos quando ainda não há sintomas.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Osteopatia, muito além da coluna!

Apesar de quase a totalidade dos pacientes que procuram um tratamento osteopático possuírem como queixa as dores na coluna a Osteopatia vai muito mais alem.
 A Osteopatia é um sistema de cuidados completo, tratando desordens dos diversos sistemas do corpo. Não é raro ouvir de um paciente que nos procurou para tratar de uma hérnia discal que ele passou a dormir melhor, melhora da função intestinal, diminuição dos sintomas da TPM, alívio das dores de cabeça etc. Tudo isso se deve a abordagem osteopática, a busca pela causa e não pelos sintomas, a busca por harmonizar o todo, não apenas em oferecer alívio das queixas do paciente.
Realizar um tratamento osteopático é muito mais que "estalar" seu paciente é colocar em prática as leis básicas (e simples) que regem a osteopatia. A intervenção manual aplicada sobre as articulações, músculos, fáscias, vísceras, tecido nervoso, ligamentos e capsulas oferecem resultados rápidos e seguros desde que aplicada por um profissional habilitado e capacitado. Apesar de muitas vezes ser vista como algo místico a Osteopatia é totalmente baseada na ciência e tem como fundamentos a anatomia, fisiologia, semiologia e seu tratamento é realizado mediante uma avaliação clínica criteriosa.
Sempre costumo dizer que para trabalhar com osteopatia a avaliação é 99% do tratamento, a manipulação, a correção deve ser sempre consequência do que foi encontrado na avaliação, o que torna a osteopatia diferente não são as manipulações, mas a visão que o fisioterapeuta passa a ter do paciente. Além dos problemas de coluna (Lombalgia, dorsalgia, cervicalgia, hernias discais, espondilolistese, artrose etc), a Osteopatia é eficaz no tratamento de LER\DORT, tendinites, cefaleias, disfunções da ATM, labirintite, TPM e muitos outros.
Se divide em Osteopatia estrutural, visceral e craniana, que se complementam para tratar o paciente de maneira global. O profissional habilitado a praticar a osteopatia no Brasil é o fisioterapeuta especializado em osteopatia. Essa especialização segundo a resolução 220 do COFFITO deve conter 1.500 horas, apesar de a abertura de provas de titulos de especialidade NA MINHA OPINIÃO, o paciente deve procurar sempre por um profissional que concluiu a especialização de 1.500 horas, devido a complexidade da Osteopatia.
  Osteopatia Estrutural: Está relacionada às disfunções do sistema músculo-esquelético e tem como principal foco de trabalho as dores do corpo. Atua desta forma principalmente nos tecidos: ligamentar, muscular, tendíneo, articular, nervoso e fascial. Para atuar sobre os tecidos que estejam em disfunção (com restrição de sua mobilidade) pode valer-se de um grande número de técnicas com repercussões distintas sobre cada tecido: stretching (muscular); pompagem (ligamentar e vascular); miotensiva (muscular); articulatória (ligamentar e muscular); inibição (muscular); thrust (ligamentar, muscular, capsular e vascular); pontos gatilho (muscular); técnicas funcionais (fáscias) e técnicas neuromusculares (muscular, vascular e fascial).
  Osteopatia Visceral: Está voltada para o bom funcionamento sistêmico do corpo, ou seja, lida com as relações entre as vísceras, sistema nervoso central e o sistema estrutural. Tem como principal foco de tratamento as alterações viscerais e sistêmicas. As técnicas podem ser realizadas diretamente sobre as vísceras, fáscias que as sustentam e/ou reflexamente através da estimulação e normalização dos centros simpáticos e parassimpáticos. Na visão osteopática essas alterações viscerais podem ter origem simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidua e diminuição do líquido seroso presente na cavidade abdominal. Os principais efeitos da manipulação visceral são: eliminação do espasmo reflexo da musculatura lisa do trato visceral; estiramento das fáscias com o fim de liberar as aderências e dar elasticidade e liberdade de movimento; aumento da vascularização local, suprimindo o angioespasmo; supressão do arco reflexo nociceptivo, neurovegetativo ocal que agrava ou mantém a facilitação medular. Os principais sintomas com indicação de tratamento por osteopatia são: hérnia de hiato; ptoses viscerais; asma brônquica; pneumonia; constipação intestinal; distúrbios hepatobiliares; alterações cardíacas; distúrbios renais; alterações do ciclo menstrual; síndrome pré-menstrual; alterações hormonais; queda da imunidade; patologias sistêmicas de origem visceral.
  Osteopatia Craniana: Se relaciona principalmente com o sistema neurovegetativo, nervos cranianos e o livre trânsito de informações neurológicas por toda a extensão da coluna vertebral (o que chamamos de eixo central), até o sistema nervoso central (cérebro, tronco cerebral e cerebelo). Todos os sistemas reguladores do corpo dependem desta integridade de informações. Os principais focos a serem tratados são: o sacro (pela relação com a duramáter – mecanismo crânio-sacro), as fáscias presentes na base do crânio, a saída dos pares cranianos pelos forames cranianos e as aderências medulares. Basicamente são utilizadas as técnicas funcionais que, apesar de suaves, produzem efeitos importantes como demonstra a pesquisa realizada pelo médico e osteopata russo Dr. Yuri Moskalenko que conseguiu quantificar por meio de barorrecepetores intracranianos em pacientes com trauma crânio-encefálico, a diminuição da pressão intracraniana após os procedimentos osteopáticos. Tem como principais indicações os seguintes sintomas: cefaléias e enxaquecas; distúrbios visuais e auditivos; disfunções da articulação têmporo-mandibular; distúrbios de deglutição; alterações digestivas (pela inervação do nervo vago); alterações vestibulares; alergias; rinites e sinusites; otites; dores crônicas.

sábado, 28 de abril de 2012

Debate Ato Médico

Na noite de ontem dia 27/04/2012 participei de um debate na cidade de Pouso Alegre Mg cujo tema foi o Ato Médico, organizado pelo CRP (Conselho Regional de Psicologia MG). Gostaria de agradecer o convite e dizer que foi muito produtivo e que esse seja apenas um de muitos outros para orientar a população e os estudantes, futuros profissionais do que se trata o projeto e o impacto dele na suas respectivas profissões. Abaixo o texto o qual escrevi para o debate: Ato Médico Martin Luther King já havia dito que “para ganhar inimigos não precisa declarar uma guerra, basta dizer o que pensa”. Mesmo ciente dessa verdade não posso me calar ao ver o perigo que o pl do ato medico representa a minha profissão e a minha classe. Quero antes de tudo, dizer que estamos realmente em guerra, não uma guerra contra pessoas, mas uma guerra contra essas ideias. O Projeto do ato médico fere a autonomia profissional e o direito de livre escolha do paciente, do cidadão brasileiro. Fere também direitos constitucionais básicos como isonomia profissional, e direito de subsistência através do direito econômico que todo cidadão brasileiro tem de buscar seu sustento através de seu digno trabalho. Acredito que a regulamentação de todas as profissões existentes seja necessário, assim como é necessário resguardar o direito de todos os profissionais exercerem com total plenitude aquilo que ele estudou, aquilo que ele sabe e não outro profissional pensa conhece. Fico triste em ver o cidadão brasileiro no caso o paciente ser mercantilizado, ser tratado como mercadoria com a desculpa que essas ações são para seu próprio bem, ora, ele não poderá mais decidir nem mesmo sobre a própria saúde, estamos a beira de um retrocesso, da implantação de uma ditadura profissional. Entrando no mérito da fisioterapia, minha profissão. Será que realmente um médico possui conhecimento técnico-científico para determinar qual aparelho ou qual procedimento cinesioterapeutico deverei adotar? Nós fisioterapeutas não fazemos diagnósticos clínicos, nossos diagnósticos são cinesiológicos funcionais, assim como o fisioterapeuta não trata doença, trata função, apenas nós detemos o conhecimento para prescrever nossos planos e executar nossos tratamentos, estudamos para isso! E se a patologia, ou a disfunção não for para nossos cuidados o encaminhamos ao profissional adequado para trata-la. Possuímos a habilidade e a capacidade de atender nossos pacientes, e se a preocupação dos defensores do ato médico é a competência de nossos profissionais saibam que temos um conselho que nos fiscaliza tanto nossa atuação profissional quanto nossa conduta ética e aplica as leis com bastante rigor. Não somos profissionais da doença, não receitamos remédio, somos profissionais da função, buscamos através de nossos recursos reestabelecer o movimento perdido. Sem debater em beneficio próprio o projeto causará riscos à população. Os objetivos reais são dissimulados, não se trata de um bem a população, mas sim deum jogo de poder e ganancia, a população, aliás, será a maior prejudicada com a aprovação do PL, imaginem como já estão as filas em postos de saúde, unidades de atendimentos e mesmo em consultórios particulares, agora imagine se for aprovado, como conseguir uma consulta? Você paciente deverá possuir uma bola de cristal para prever quando precisará passar por um tratamento, porque certamente não conseguirá uma consulta de maneira rápida quando precisar. O paciente não será atendido quando precisa, mas quando o medico puder. Alegam que a não regulamentação da profissão causa prejuízos, alguém por acaso já ouviu de um médico que ele não consegue trabalhar por falta da regulamentação da sua profissão? Bobagem, existem centenas de resoluções reconhecendo a medicina, que por sinal é de suma importância para a população, profissão essa com mais de 25 séculos e que agora por causa de alguns poucos resolveram que todos os outros profissionais deverão agora estar sob sua tutela, profissionais esses já consolidados e com seu espaço reconhecido. O ato medico transformaria todos os demais profissionais em técnicos. O que serão de todos os profissionais que possuem clinicas ou consultórios? Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas? Será que essa lei não irá incentivar uma indústria de encaminhamentos mediante a uma comissão? Todos sabemos que intransigência gera corrupção, será que não haverá profissionais pagando algum medico para legitimar seu atendimento? Será se não vai criar uma leva de profissionais sendo explorado por médicos? Todas essas questões eu gostaria de debater de ouvir daqueles que criaram e defendem o projeto. Existem 14 profissões dentro da área da saúde, com mais de 3,5 milhões de profissionais, se o medico for prescrever para essas 14 profissões deverá se preparar e estudar por mais de 60 anos. A constituição garante que um ato ou exercício é livre desde que a lei não o restrinja, o projeto criminaliza o livre exercício profissional. Atualmente o governo oferece pelo SUS cerca de 1 bilhão de consultas médicas com duração máxima de 5 minutos, sendo realizados também cerca de 500 milhões de exames complementares, será se essa consulta de 5 minutos irá de alguma forma fornecer dados suficientes para realizar a prescrição dos procedimentos a ser realizado pelas outras 13 profissões? Penso eu que deputados e senadores são representantes do povo e não de uma classe profissional, e dessa forma deveriam legislar em beneficio do povo, mas quem pode ficar tranquilo quando vemos com certa frequência alguns desses legisladores envolvidos com
mensalão e com os cachoeiras da vida? Se o que pratico vier a se tornar crime, mandem me prender, pois não irei parar, lutarei até o fim, sei da minha importância e do meu valor, estou tranquilo, pois minhas armas estão baseadas na ética, na ciência e no bom senso, não me calarei frente à hipocrisia. Lembro a todos que não somos e nem podemos ser inimigos dos médicos, somos aliados num bem comum, à saúde da população brasileira.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Por uma Nova Fisioterapia


Ha algum tempo adquiri um livro do Fisioterapeuta Afonso Salgado chamado Saúde Integral: Fisioterapia Corpo e Mente.
Comprei o livro por muitas vezes deparar com casos onde a somatização é evidente, muitas vezes onde nossa atuação torna-se limitada, e mesmo sabendo que o processo de cura ou mesmo de melhora depende muito do desejo do paciente em melhorar, o livro poderia me dar mais uma ferramenta para ajudar esses meus pacientes.
Logo de cara me surpreendi com o livro, suas colocações e explicações sobre o aparecimento e desenvolvimento das patologias são excelentes, com explicações fisiológicas que não são ensinadas na grande maioria dos casos.
Tentarei na medida do possível passar em diversas postagens o que tirei de conteúdo do livro, mas de cara indico para aqueles que trabalham com fisioterapia.
A fisioterapia do século XX foi a fisioterapia da doença, da disfunção, a fisioterapia do século XXI será a fisioterapia da pessoa, do paciente.
Há muitos aprendemos que o paciente não deve ser reduzido a um órgão, um membro ou mesmo uma doença, porém, esses ensinamentos na grande maioria das vezes fica apenas na teoria. O paciente deve ser abordado como um todo, seu corpo, sua mente, e de certa forma sua alma.
Durante anos a relação entre corpo e mente foi praticamente extinta, ficando a mente a cargo dos psicólogos e psiquiatras. Até bem pouco tempo atrás se alguém sugerisse se uma doença física pudesse ter uma causa emocional era ridicularizado e taxado de charlatão.
A definição de saúde nos remete ao auge da Grécia antiga da célebra frase: CORPORE SANO IN MENS SANA, segundo a OMS a saúde é "Um completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência da doença", apesar de não ser nova essa definição a aplicação prática da mesma ainda é negligenciada.
Ainda são poucos os estudos das manifestações psicossomáticas, e ainda existam aqueles que por mais evidente que possa parecer sempre busca uma outra explicação frente a esses casos.
Vamos entender o stress, é uma palavra que esta na moda, tudo é sempre culpa do stress, falta de tempo, falta de dinheiro etc. O stress na verdade é algo benéfico, sem ele jamais nos adaptaríamos a nenhuma mudança, é o stress que nos faz fugir, lutar ou mesmo nos adaptar a alterações ambientais, porém, a longo prazo ele mata!
Quando mantido por longos períodos o stress interfere em vários mecanismos do nosso corpo, influenciando inclusive no sistema imunológico.A médio e longo prazo causa aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e até mesmo dores crônicas.

Para não se tornar uma postagem muito longa e cansativa em breve continuarei postando comentários

e opiniões sobre o livro.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Por que os dedos estalam?

Por que os dedos estalam?
Acho que todo fisioterapeuta já foi questionado quanto a este estranho fenômeno sonoro. Mas afinal, como se explica este barulho?
A resposta padrão dá conta de que a descompressão súbita dos gases diluidos no líquido sinovial formam bolhas de gás no interior da articulação, as quais causam este estalido audivel. O pior é que geralmente nos damos por satisfeitos com esta explicação, mesmo sem questionar se faz ou não sentido (gases no líquido sinovial? Bolhas no interior da articulação? ) ou mesmo se existe algum fundamento científico para esta resposta.
Pois bem, hoje resolvi bancar o caçador de mitos e investigar este fenômeno pouco compreendido que constitui um verdadeiro enigma da fisioterapia.
O FENÔMENO DE CAVITAÇÃO
Logo de cara devo dizer que a hipótese do ruído ser causado por bolhas no líquido sinovial não é fruto da imaginação fértil de algum professor de cinesiologia, mas sim baseada nos resultados de pesquisas científicas.
Os primeiros pesquisadores a investigar o fenômeno de barulho nas articulações foram Roston e Haines em 1947 (Roston JB, Haines RW. Cracking in the metacarpophalangeal joint. J Anat 1947; 81:165-73.). Eles estudaram as forças de distração (afastamento) para gerar o estalo na articulação metacarpofalangeana.
No experimento realizado por eles, as articulações foram inicialmente separadas por cerca de 1,8 milímetro, e em seguida registrada a força de distração da articulação e simultâneamente uma radiografia para investigar a distância entre os ossos. Eles observaram que conforme a tensão de distração aumentava, a distância entre os ossos também aumentava de forma proporcional. No entanto logo após o estalo, a radiografia mostrava um aumento muito grande no espaço entre os ossos - ou seja: o comportamento mecânico da articulação era significativamente modificado após o estalo.
Além desta mudança na curva força-deslocamento, estes pesquisadores também observaram a formação de uma "cavidade radiolucente" (radiolucent cavity) no interior da articulação após o estalido. Eles especularam que esta cavitação seria formada pelo vácuo parcial criado pela distração da articulação. Aqui vale a pena uma pequena explicação: Cavitação é um termo utilizado para descrever a formação de bolhas de gases no interior de um fluido devido a uma redução da pressão local.

O trabalho de Haines e Roston ficou esquecido por 25 anos, até que em 1972, Unsworth e colaboradores, publicaram um trabalho sobre os gases no interior da articulação após o estalo audível (Unsworth A, Dowson D, Wright V. Cracking joints: a bioengineering study of cavitation in the metacarpophalangeal joint. Ann Rheum Dis 1972; 30:348-58). Assim como Haines e Roston, eles também observaram que o grau de afastamento articular também aumentava muito após o estalo. Eles verificaram que antes do estalo, o espaço intra-articular era de 0,98 mm, e que imediatamente após o crack o espaço articular aumentava para 2,50 mm. Cinco minutos mais tarde, o espaço intra-articular era de 1,40 mm; e 15 minutos depois, o espaço havia retornado à distância de 0,98 mm.

Além disso, eles também estudaram a composição do gás diluido no líquido sinovial. A maior parte (80%) desse gás é composto por dióxido de carbono, e seu volume corresponde a cerca de 15% do volume da articulação. Foi calculado que após o estalo, o gás demorava uns 30 minutos para se dissolver novamente no líquido sinovial. Curiosamente, este intervalo é bem próximo ao tempo necessário para que a articulação possa ser estalada novamente.

Em 1988, Mierau et al (Mierau D, Cassidy JD, Bowen V, Dupuis P, Noftall F. Manipulation and mobilization of the third metacarpophalangeal joint: a quantitative radiographic and range of motion study. Manual Med 1988; 3:135-40.) descobriram que as articulações após o estalo apresentavam uma escala significativamente maior de movimento. Isso indica que o fenômeno sonoro é associado a pelo menos um aumento temporário na amplitude de movimento de uma articulação.

Bem, como toda boa pesquisa, esta minha singela postagem gerou algumas outras perguntas que me esforçarei em responder baseado em pesquisas publicadas:
Estalar as articulações tem alguma relevância clínica ? (sei que estarei mexendo em um vespeiro!!!), Afinal, faz bem, faz mal ou tanto faz? Dá artrose? Engrossa os dedos? Vou tentar responder a estas perguntas em breve.

REFERÊNCIAS:

Joint cracking and popping Understanding noises that accompany articular release

Why do spinal manipulation techniques take the form they do - Towards a general model of spinal manipulation

TEXTO RETIRADO DO SITE: WWW.fisioterapiahumberto.blogspot.com.br (guia do fisioterapeuta)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Nota da SOBRAFISA sobre a Acupuntura

SOBRAFISA DECLARA:
“A ACUPUNTURA É MULTIPROFISSIONAL E NÃO EXCLUSIVA DE MÉDICOS”.
“Acupuntura pode ser feita pelo Fisioterapeuta”
A SOBRAFISA – Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupuntura.
ESCLARECE aos seus associados e população:
O Conselho Gestor da SOBRAFISA reunido durante as atividades do IV Congresso Brasileiro de Acupuntura aberto dia 30 de abril e transcorrendo com sucesso absoluto em Ribeirão Preto, após consulta a vários Juristas sobre o assunto: “acupuntura quem pode praticar” e a inúmeras sentenças favoráveis já prolatadas legitimando o Fisioterapeuta a essa prática milenar, resolve a bem da verdade e no sentido de tranquilizar seus Associados, aos Fisioterapeutas em geral e a Sociedade que se beneficia dessa Assistência e do Projeto “ACUPUNTURA SOLIDÁRIA”
Que a decisão do TRF da 1ª região não se sobrepõe a decisão do STJ anteriormente TFR que já em
1987 como última instancia decidiu pela legalidade do FISIOTERAPEUTA praticar a ACUPUNTURA. Essa conquista do CREFITO 2 se estende a todo Brasil, e a conclusão obvia a que se chega é:
“ACUPUNTURA PODE SER EXERCIDA PELO FISIOTERAPEUTA. É LEGAL! É DIREITO ASSEGURADO!”
SOBRAFISA reafirma: O exercício da Acupuntura pelo Fisioterapeuta já esta garantido desde 1987, pois o julgamento que foi divulgado essa semana pela
mídia, não tem força jurídica para anular decisões do Supremo Tribunal Federal, pois este é instância jurídica superior em relação ao julgamento divulgado.
Solicitamos a impressa desfazer esse equívoco, a bem da verdade, por ter acarretado prejuízos aos profissionais estabelecidos, mas principalmente a sociedade e aos pacientes que se inquietam e se sentem inseguros diante das falsidades e da inconstitucionalidade da sentença ora divulgada de forma leviana e irresponsável.
Portanto: “A ACUPUNTURA É MULTIPROFISSIONAL E NÃO EXCLUSIVA DE MÉDICOS”.
Veja nota no site da SOBRAFISA outras sentenças já prolatadas
WWW.sobrafisa.org.br

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cruralgia e Lombocruralgia

A cruralgia é uma manifestação da compressão de uma raiz nervosa lombar (assim como a ciatalgia), das raízes de L3 e L4 e a dor encontra-se localizada na face anterior do membro inferior.
Pode ou não estar associada a dor lombar (lombocruralgia).
O nervo crural é formado pelas raizes L2-L3-L4, e possui uma relação com os rins e o músculo psoas.
A faixa etária mais comum de aparecimento é entre 50-60 anos.
As causas mais comuns são as lesões somáticas vertebrais (L2 a L4), espasmos do musculo psoas (efeito de guilhotina no N. crural), patologias nos rins, doenças ocupadoras de espaço na região pélvica (tumores), compressões causadas por hérnias lombares nos segmentos de L2-L4, artroses, neuropatia diabética etc.
Em pacientes jovens é mais comum em ciclistas.
O diagnóstico é feito através de exames de imagens e avaliação clinica: teste de Lèri (também chamado de lasegue invertido), dor com aumento da pressão abdominal, ausencia de atitude antálgica, déficit motor do quadríceps, tibial anterior e psoas, diminuição ou ausencia de reflexo patelar.
O tratamento Osteopático visa liberar bloqueios e compressões que possam ser responsável pelo quadro (hérnias lombares, espasmos musculares).
Maior eficiencia pode ser obtida com a utilização de mabilização neural, estabilização vertebral e sistema de flexão-distração em conjunto com a osteopatia.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sistema de Flexão-Distração


O sistema de Flexão-distração foi desenvolvido por Cox nos Estados Unidos e aprimorado por Eckard. O paciente permanece deitado durante o tratamento, a mesa é capaz de ser ajustada à posição antálgica para que o tratamento seja completamente indolor. Inicia-se a flexão-distração por 5 minutos e este tempo vai se estendendo à medida que evoluir o tratamento chegando a 15 minutos. Hoje o sistema de Flexão-distração é sem sombras de dúvidas, um dos mais eficientes sistemas para tratamento de patologias lombares, dentre elas a hérnia discal, artrose, espondilolisteses, discartroses e mais alguns tipos de lombalgias. Nesta mesa, aplica-se uma força de descompressão associada à flexão da coluna vertebral exatamente no nível a ser tratado. Entre os efeitos desta técnica estão: * O espaço do disco posterior aumenta em altura; * A flexão diminui a protrusão do disco e reduz a estenose; * A flexão alonga o ligamento amarelo para reduzir a estenose; * A flexão abre o canal vertebral em 2mm (16%) ou 3,5 mm à 6mm; * A flexão aumenta a nutrição e o transporte de metabólitos para o disco; * A flexão abre as articulações apofisárias e reduz a tensão no disco posterior; * A pressão intradisco cai sob a tração para menos de 100mmHg. Na extensão o núcleo projeta-se anteriormente reduzindo a protusão aumentando o canal vertebral; Abertura dos forames intervertebrais, dando espaço para o nervo e gânglios da raiz dorsal; Diminuição do edema local; Diminuição da dor por ativação do sistema de comportas. Recente pesquisa publicada na revista BMC Musculoskeletal Disorders mostrou que 76% dos pacientes com hérnia de disco melhoraram dos sintomas. E que, dos 57 pacientes envolvidos na pesquisa, apenas 2 tiveram que passar por cirurgia. Em estudos publicados nas revistas Reomatology International Journal e Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy concluíram que a flexão-distração ajuda a melhorar os sintomas produzidos por discos herniados. O Sistema de Flexão-Distração ja encontra-se em atividade na Clinica de Fisioterapia e Reabilitação São José.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Posturologia

É uma proposta de tratamento e prevenção com base na biomecânica, utiliza-se de diversos métodos como manipulações e órteses (principalmente palmilhas);
Tem como um dos principais nomes o ortopedista francês Bernard Bricot, do CIES (Collège International D'Estude de la Statique) com sede em Marselle (França).
Após mais de 30 anos de estudos em diversas áreas relacionadas a postura, Bricot uniu todos os trabalhos para chegar em um ponto comum, que até então eram analisados e tratados de forma independente: os Captores.
Os captores são órgãos responsáveis pela manutenção da postura e quando apresentam alguma falha levam a alterações posturais que mais tarde causaram desgaste estrutural precoce e diversas patologias no sistema locomotor, dentre os captores podemos citar: olhos, sistema vestibular (labirinto), sistema manducatório, proprioceptores etc.
Esses captores podem de maneira banal se desregular, porém, não podem regular-se novamente sozinho sem a intervenção do terapeuta, e esse uma vez desregulado pode levar junto outros captores gerando: hernias discais, bloqueios vertebrais, escolioses, fibromialgia, alterações cranio-mandibulares, tendinites ou outras patologias do sistema Tônico Postural.

O Sistema Tônico Postural é um sistema anti-gravitacional, de equilíbrio estático e dinâmico, que adapta os meios interno e externo e seu funcionamento é totalmente ligado ao sistema sensorial.
A utilização das técnicas e órteses especificas possibilitam corrigir as alterações presentes no indicíduo, atuando de forma proprioceptiva, corrigindo os captores e consequentemente o sistema Tônico Postural sendo um método preventivo e corretivo.