quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Dor nas Costas: Aprenda a Respeitar sua Coluna

Responsável pela sustentação e movimentação do corpo, a coluna vertebral une delicadeza e resistência. É delicada porque entre suas 33 vértebras passa a medula espinhal - estrutura sensível que funciona como canal de comunicação entre o cérebro e as demais partes do corpo. É resistente porque representa 40% do tamanho do ser humano e proporciona a flexibilidade e os movimentos realizados pelo corpo.

“A coluna é uma estrutura que tem de ser respeitada e utilizada adequadamente”, alerta José Goldenberg, autor do livro Coluna Ponto e Vírgula , especialista em doenças da coluna vertebral, professor livre-docente da Unifesp, reumatologista e membro do grupo de coluna do Einstein.
Segundo o reumatologista, 8 em cada 10 pessoas sofrem ou vão sofrer de dores na coluna ao longo da vida. E isso ocorre porque poucos têm a consciência corporal necessária para manter a postura correta.

As dores

É comum ouvir as pessoas queixarem-se de dor na coluna. Elas podem ser consequência de noites mal dormidas, vícios posturais e esforço acima do normal, entre outros “Em geral são passageiras. Mas, se forem intensas e repetitivas merecem a atenção de um especialista”, ensina o dr. Goldenberg.
Para facilitar a compreensão das dores e suas causas, foram divididas em três segmentos, correspondentes às partes da coluna:
  • lombar: localizada acima do quadril
  • dorsal: parte central das costas
  • cervical: fica entre a cabeça e o tronco
Dor lombar: está entre as dores que mais acometem o ser humano, perdendo apenas para a cefaleia. Atinge 80% da população adulta com menos de 45 anos. Chamada de lombalgia, afeta a coluna lombar e não é doença, mas um sintoma que pode ter mais de 50 causas diferentes.
Dor dorsal: menos frequente, apresenta características próprias. A dor acomete a região torácica posterior (região das costas).
Dor cervical: é caracterizada por dor e rigidez transitória na região entre o tronco e a cabeça e tem causas diversas. Costuma se manifestar mais em idosos, profissionais que executam atividades braçais ou que adotam vícios posturais.
Ao longo do dia, quantas vezes é preciso sentar, levantar, entrar e sair do carro, carregar sacolas pesadas ou pegar algum objeto que caiu no chão?
Todas essas ações têm como protagonista a coluna. E cada vez que são realizadas de forma incorreta, prejudicam a postura e, consequentemente, a coluna. Esse desgaste, somado durante anos, pode resultar em problemas como a escoliose.
Há alguns fatores de risco que colaboram para causar dores na coluna:
  • Excesso de peso
    É o maior inimigo da coluna. Como explica o dr. Goldenberg em seu livro, ao aumentar 10 quilos do peso adequado, o risco para a coluna aumenta em 25%.
  • Sedentarismo
    A coluna agradece a prática de exercícios. Vários fatores fazem das atividades físicas grandes colaboradoras do corpo. Entre eles: fortalecimento muscular, aumento da flexibilidade e melhora da irrigação sanguínea das fibras musculares da região dorsal.
  • Carregar peso de forma excessiva
    Apoiar bolsas ou sacolas pesadas em um só lado do corpo pode agravar as dores na coluna.
  • Cigarro
    Tem substâncias que prejudicam a circulação sanguínea. A menor irrigação dos vasos nos discos vertebrais que protegem a coluna faz com que esses percam a maleabilidade. Como sua função é absorver os impactos que a coluna sofre no dia-a-dia, é como se ficássemos sem nosso “amortecedor” natural.
  • Idade
    É o único fator de risco que não pode ser alterado. As pessoas com mais de 60 anos têm mais chances de sofrerem de dores na coluna. O que pode ser feito é desenvolver a consciência corporal ao longo da vida.
  • Falta de consciência corporal
    Saber como levantar da cadeira e da cama, como se sentar adequadamente, como se vestir e até escovar os dentes e cortar os alimentos fazem parte da consciência corporal.
  • Reeducação Postural
    Adotar hábitos de vida saudáveis, como praticar atividades físicas, manter o peso adequado e não fumar colaboram para a saúde da coluna. Entretanto, boa parte das dores é causada por problemas de postura incorreta. Nesses casos, além dos hábitos saudáveis é preciso se valer da reedução postural.
Conheça as dicas dos especialistas em coluna do Einstein:
  • Sentar-se com conforto
    Apoie as costas no encosto da cadeira, de maneira que os joelhos fiquem acima do nível do quadril e os pés fiquem bem apoiados no chão. Se possível, use ainda apoio para os pés e prefira cadeiras com braços, pois não forçam a coluna e facilitam o ato de levantar.
  • Divisão de peso
    Na hora de carregar bolsas, malas e pacotes, divida os pesos igualmente nos dois lados do corpo. Levar tudo em um dos braços pode trazer complicações e dores na coluna.
  • Levantamento de objetos
    Para levantar qualquer objeto do chão, dobre os joelhos (fique de cócoras). Assim o peso será absorvido pelos músculos das pernas e não pela coluna vertebral. Jamais curve apenas as costas para alcançar e levantar qualquer objeto, mesmo os mais leves.
  • Entrar e sair do carro
    Tanto para entrar como para sair do automóvel fique sentado, gire as pernas e o tronco ao mesmo tempo (para dentro ao entrar; para fora ao sair do veículo). É importante evitar torcer as costas.
  • Máximo alcance
    Use banco ou escada sempre que o objeto estiver numa altura acima de sua cabeça. Nunca estique as pernas nem force a coluna para alcançar o que deseja.
  • Bem-vestido
    Vista as roupas sentado. Sua coluna agradece. Calçar meias e sapatos e mesmo vestir uma calça em pé, dobrando-se para frente, pode causar dores nas costas e na região lombar, devido à torção que a coluna precisa realizar.
  • Tratamentos
    É comum utilizar – e até abusar – de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares quando se trata de dores nas costas. Muitas vezes um desses medicamentos pode bastar para conter a dor. Entretanto, o indicado é sempre procurar um especialista: a dor pode esconder algum problema mais sério e, em todos os casos, descobrir sua origem é fundamental para evitar o agravamento da condição.
“As pessoas são muito mal orientadas em relação à coluna e seus problemas e não sabem como se cuidar”, afirma Dr Marcelo Wajchenberg , ortopedista, traumatologista e médico do protocolo de coluna do Einstein.
Preocupados com o alto índice de limitações e incapacidades que as doenças da coluna podem trazer à população, o Einstein está implantando um projeto voltado às pessoas que chegam ao hospital com dores na coluna. “Queremos garantir que os pacientes saiam bem orientados daqui, sabendo o que é necessário fazer para que a dor não volte”, explica Silvia Ferraz, enfermeira do projeto.
Parte desse trabalho de conscientização será fazer com que as pessoas entendam a importância de não se contentar só em fazer a dor parar num momento de crise. “Muitos pacientes tomam um remédio e, ao melhorar, não voltam para fazer o tratamento, que em alguns casos requer o acompanhamento de equipes especializadas em coluna e reabilitação”, alerta Silvia.

Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/bem-estar-e-qualidade-de-vida/Paginas/dor-nas-costas.aspx

domingo, 19 de janeiro de 2014

Mitos e Verdades sobre a Coluna Vertebral

Obs: Está postagem contém trechos retirados da internet, tem como objetivo responder algumas dúvidas de quem é acometido por dores na coluna.

Mitos e verdades sobre Coluna Vertebral

1º Praticar natação ajuda a corrigir escoliose?
Mito. A natação, por ser uma atividade simétrica, não pode colaborar na correção da curva escoliótica. Este exercício, além de trabalhar o fortalecimento muscular, promove o alongamento de forma equilibrada utilizando os dois lados com a mesma intensidade. Ao contrário do tratamento, que muitas vezes visa corrigir a escoliose com distribuições diferentes em cada lado da coluna, para equilibrar a cadeia cinética posterior. Além disso, algumas modalidades da natação, como borboleta e nado peito, podem prejudicar a coluna, gerando sobrecarga excessiva sobre a região. A natação como atividade física é excelente, mas não é um tratamento para a coluna, essa ideia surgiu (sem estudos) por volta da década de 80 quando a aeróbica de alto impacto (febre na época) andou fazendo diversas vítimas em consequência do impacto.

2º Cruzar as pernas pode prejudicar a coluna?
Verdade. Claro que o hábito de cruzar as pernas, para as mulheres, é uma posição confortável, além de elegante, porém, é preciso ficar atento para não abusar deste hábito e prejudicar a saúde. Ao cruzar as pernas, a coluna vertebral se desvia para a esquerda ou para a direita, devido o desequilíbrio da região pélvica. Outro problema que pode ser ocasionado por este costume, além de prejudicar o fluxo sanguíneo, é a escoliose (desvio da coluna vertebral no plano frontal).

3º Dormir no chão – ou num colchão duro – é bom para as costas?
Mito. A rigidez poderá agravar, ainda mais, a contratura muscular. Durante uma provável crise de dor nas costas, a pessoa deve repousar em seu próprio colchão, podendo deitar-se de lado, com um travesseiro entre as pernas. O colchão ideal deve ter a resistência de acordo com o peso da pessoa.

4º Cirurgia é a única saída para acabar com a hérnia de disco?
Mito. Hérnias de disco representam uma causa comum de dor nas costas. Mas não é a única. Ao identificar uma hérnia de disco, o médico, neurocirurgião, deve estar atento para outros problemas na coluna que podem acompanhar essa condição. Desta forma, pesa na decisão do médico a associação com outras alterações e como elas se traduzem clinicamente. Além disso, a decisão deve ser baseada mais no prejuízo que a doença traz para o paciente em termos de perda de horas de trabalho e lazer, limitações físicas para as atividades do dia-a-dia e perda na qualidade de vida e menos no resultado dos exames de imagem. Antes de ser submetido a cirurgia tenha certeza de que fez o tratamento conservador (sem cirurgia) indicado a seu caso, diversos estudos demonstram que a longo prazo o tratamento conservador é mais eficiente que a cirurgia.

5º Todos que sofrem de dor nas costas devem realizar uma ressonância magnética?
Mito. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 80% das pessoas sofrem ou sofrerão de dor nas costas pelo menos uma vez na vida. Entretanto, o primeiro passo para combater este mal é procurar um especialista e descobrir as causas para solucionar de vez este problema.

6º Estalar o pescoço com o movimento da cabeça faz mal à coluna?
Verdade. Apesar de esse hábito propiciar alívio para alguns nunca se deve fazer isso. Auto-estalar a coluna e o pescoço prejudica – e muito – suas articulações, além de causar, em alguns casos, dores de cabeça, zumbidos e vertigens. Esse procedimento só deve ser realizado por alguém que estudou para fazer isso.

7º Fumantes têm mais dores nas costas do que não fumantes?
Verdade. O cigarro, não faz bem a nenhuma parte do corpo humano, e em relação às costas, não poderia ser diferente. Os fumantes inalam mais substâncias tóxicas, sendo assim, prejudicam a circulação sanguínea no disco intervertebral, que pode causar mais dores na região.
8º Atletas não sofrem de dores na coluna?
Mito. A atividade física é fundamental para evitar problemas na coluna e como complemento do tratamento, mas a atividade física em nível de competição é prejudicial não só a coluna, mas a muitas outras partes do corpo.
9º Problemas de coluna não tem cura?
Mito. Muitos dos problemas de coluna são curáveis (origem muscular), porém, doenças degenerativas não tem cura, seja através de fisioterapia ou cirurgia, nenhum profissional pode garantir que algum procedimento seja 100% eficaz, existem muitos fatores que interferem na evolução do quadro do paciente. Onde a estrutura se degenerou o tratamento conservador associado a um programa de atividade física orientado e acompanhado de perto é uma excelente opção, mesmo que não haja cura o tratamento especializado dá ao paciente uma boa qualidade de vida evitando crises e amenizando a intensidade das dores no caso do aparecimento de crises.
Os problemas de coluna crescem a cada dia, acometendo mais de 80% da população mundial, sendo uma das principais causas de afastamento do trabalho, internações e aposentadorias precoces. Apesar de existir tratamentos eficazes para esse mal, algumas mudanças de hábito devem ser adotadas, por melhor que seja o tratamento (conservador ou cirúrgico), se não houver mudanças no estilo de vida dos pacientes recidivas (novas crises) sempre aparecerão: Ficar atento à postura, não permanecer longos períodos numa mesma posição, não levantar peso, praticar uma atividade física adequada para seu caso em particular, perder peso, ter uma alimentação saudável, não fumar, conhecer seu problema, a informação é uma grande aliada no tratamento.
Um dos grande problemas na eficiência do tratamento é que as pessoas querem melhorar mas não querem deixar de fazer o que faziam antes.

Dr. Marcelo Renato Massahud Junior
Fisioterapeuta
CREFITO 4: 6044F
Pós Graduado em Osteopatia
Mestrando em Ciencias Aplicadas à Saúde
Formação em Maitland
Formação em Técnicas Posturais
Formação em Quiropraxia Clínica
Formação Internacional em Posturologia
Formação em Kinesiotape Neuro Muscular
Professor do Curso de Fisioterapia da UNIVÁS – Pouso Alegre

www.colunasemdor.net