sábado, 28 de abril de 2012

Debate Ato Médico

Na noite de ontem dia 27/04/2012 participei de um debate na cidade de Pouso Alegre Mg cujo tema foi o Ato Médico, organizado pelo CRP (Conselho Regional de Psicologia MG). Gostaria de agradecer o convite e dizer que foi muito produtivo e que esse seja apenas um de muitos outros para orientar a população e os estudantes, futuros profissionais do que se trata o projeto e o impacto dele na suas respectivas profissões. Abaixo o texto o qual escrevi para o debate: Ato Médico Martin Luther King já havia dito que “para ganhar inimigos não precisa declarar uma guerra, basta dizer o que pensa”. Mesmo ciente dessa verdade não posso me calar ao ver o perigo que o pl do ato medico representa a minha profissão e a minha classe. Quero antes de tudo, dizer que estamos realmente em guerra, não uma guerra contra pessoas, mas uma guerra contra essas ideias. O Projeto do ato médico fere a autonomia profissional e o direito de livre escolha do paciente, do cidadão brasileiro. Fere também direitos constitucionais básicos como isonomia profissional, e direito de subsistência através do direito econômico que todo cidadão brasileiro tem de buscar seu sustento através de seu digno trabalho. Acredito que a regulamentação de todas as profissões existentes seja necessário, assim como é necessário resguardar o direito de todos os profissionais exercerem com total plenitude aquilo que ele estudou, aquilo que ele sabe e não outro profissional pensa conhece. Fico triste em ver o cidadão brasileiro no caso o paciente ser mercantilizado, ser tratado como mercadoria com a desculpa que essas ações são para seu próprio bem, ora, ele não poderá mais decidir nem mesmo sobre a própria saúde, estamos a beira de um retrocesso, da implantação de uma ditadura profissional. Entrando no mérito da fisioterapia, minha profissão. Será que realmente um médico possui conhecimento técnico-científico para determinar qual aparelho ou qual procedimento cinesioterapeutico deverei adotar? Nós fisioterapeutas não fazemos diagnósticos clínicos, nossos diagnósticos são cinesiológicos funcionais, assim como o fisioterapeuta não trata doença, trata função, apenas nós detemos o conhecimento para prescrever nossos planos e executar nossos tratamentos, estudamos para isso! E se a patologia, ou a disfunção não for para nossos cuidados o encaminhamos ao profissional adequado para trata-la. Possuímos a habilidade e a capacidade de atender nossos pacientes, e se a preocupação dos defensores do ato médico é a competência de nossos profissionais saibam que temos um conselho que nos fiscaliza tanto nossa atuação profissional quanto nossa conduta ética e aplica as leis com bastante rigor. Não somos profissionais da doença, não receitamos remédio, somos profissionais da função, buscamos através de nossos recursos reestabelecer o movimento perdido. Sem debater em beneficio próprio o projeto causará riscos à população. Os objetivos reais são dissimulados, não se trata de um bem a população, mas sim deum jogo de poder e ganancia, a população, aliás, será a maior prejudicada com a aprovação do PL, imaginem como já estão as filas em postos de saúde, unidades de atendimentos e mesmo em consultórios particulares, agora imagine se for aprovado, como conseguir uma consulta? Você paciente deverá possuir uma bola de cristal para prever quando precisará passar por um tratamento, porque certamente não conseguirá uma consulta de maneira rápida quando precisar. O paciente não será atendido quando precisa, mas quando o medico puder. Alegam que a não regulamentação da profissão causa prejuízos, alguém por acaso já ouviu de um médico que ele não consegue trabalhar por falta da regulamentação da sua profissão? Bobagem, existem centenas de resoluções reconhecendo a medicina, que por sinal é de suma importância para a população, profissão essa com mais de 25 séculos e que agora por causa de alguns poucos resolveram que todos os outros profissionais deverão agora estar sob sua tutela, profissionais esses já consolidados e com seu espaço reconhecido. O ato medico transformaria todos os demais profissionais em técnicos. O que serão de todos os profissionais que possuem clinicas ou consultórios? Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas? Será que essa lei não irá incentivar uma indústria de encaminhamentos mediante a uma comissão? Todos sabemos que intransigência gera corrupção, será que não haverá profissionais pagando algum medico para legitimar seu atendimento? Será se não vai criar uma leva de profissionais sendo explorado por médicos? Todas essas questões eu gostaria de debater de ouvir daqueles que criaram e defendem o projeto. Existem 14 profissões dentro da área da saúde, com mais de 3,5 milhões de profissionais, se o medico for prescrever para essas 14 profissões deverá se preparar e estudar por mais de 60 anos. A constituição garante que um ato ou exercício é livre desde que a lei não o restrinja, o projeto criminaliza o livre exercício profissional. Atualmente o governo oferece pelo SUS cerca de 1 bilhão de consultas médicas com duração máxima de 5 minutos, sendo realizados também cerca de 500 milhões de exames complementares, será se essa consulta de 5 minutos irá de alguma forma fornecer dados suficientes para realizar a prescrição dos procedimentos a ser realizado pelas outras 13 profissões? Penso eu que deputados e senadores são representantes do povo e não de uma classe profissional, e dessa forma deveriam legislar em beneficio do povo, mas quem pode ficar tranquilo quando vemos com certa frequência alguns desses legisladores envolvidos com
mensalão e com os cachoeiras da vida? Se o que pratico vier a se tornar crime, mandem me prender, pois não irei parar, lutarei até o fim, sei da minha importância e do meu valor, estou tranquilo, pois minhas armas estão baseadas na ética, na ciência e no bom senso, não me calarei frente à hipocrisia. Lembro a todos que não somos e nem podemos ser inimigos dos médicos, somos aliados num bem comum, à saúde da população brasileira.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Por uma Nova Fisioterapia


Ha algum tempo adquiri um livro do Fisioterapeuta Afonso Salgado chamado Saúde Integral: Fisioterapia Corpo e Mente.
Comprei o livro por muitas vezes deparar com casos onde a somatização é evidente, muitas vezes onde nossa atuação torna-se limitada, e mesmo sabendo que o processo de cura ou mesmo de melhora depende muito do desejo do paciente em melhorar, o livro poderia me dar mais uma ferramenta para ajudar esses meus pacientes.
Logo de cara me surpreendi com o livro, suas colocações e explicações sobre o aparecimento e desenvolvimento das patologias são excelentes, com explicações fisiológicas que não são ensinadas na grande maioria dos casos.
Tentarei na medida do possível passar em diversas postagens o que tirei de conteúdo do livro, mas de cara indico para aqueles que trabalham com fisioterapia.
A fisioterapia do século XX foi a fisioterapia da doença, da disfunção, a fisioterapia do século XXI será a fisioterapia da pessoa, do paciente.
Há muitos aprendemos que o paciente não deve ser reduzido a um órgão, um membro ou mesmo uma doença, porém, esses ensinamentos na grande maioria das vezes fica apenas na teoria. O paciente deve ser abordado como um todo, seu corpo, sua mente, e de certa forma sua alma.
Durante anos a relação entre corpo e mente foi praticamente extinta, ficando a mente a cargo dos psicólogos e psiquiatras. Até bem pouco tempo atrás se alguém sugerisse se uma doença física pudesse ter uma causa emocional era ridicularizado e taxado de charlatão.
A definição de saúde nos remete ao auge da Grécia antiga da célebra frase: CORPORE SANO IN MENS SANA, segundo a OMS a saúde é "Um completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência da doença", apesar de não ser nova essa definição a aplicação prática da mesma ainda é negligenciada.
Ainda são poucos os estudos das manifestações psicossomáticas, e ainda existam aqueles que por mais evidente que possa parecer sempre busca uma outra explicação frente a esses casos.
Vamos entender o stress, é uma palavra que esta na moda, tudo é sempre culpa do stress, falta de tempo, falta de dinheiro etc. O stress na verdade é algo benéfico, sem ele jamais nos adaptaríamos a nenhuma mudança, é o stress que nos faz fugir, lutar ou mesmo nos adaptar a alterações ambientais, porém, a longo prazo ele mata!
Quando mantido por longos períodos o stress interfere em vários mecanismos do nosso corpo, influenciando inclusive no sistema imunológico.A médio e longo prazo causa aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e até mesmo dores crônicas.

Para não se tornar uma postagem muito longa e cansativa em breve continuarei postando comentários

e opiniões sobre o livro.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Por que os dedos estalam?

Por que os dedos estalam?
Acho que todo fisioterapeuta já foi questionado quanto a este estranho fenômeno sonoro. Mas afinal, como se explica este barulho?
A resposta padrão dá conta de que a descompressão súbita dos gases diluidos no líquido sinovial formam bolhas de gás no interior da articulação, as quais causam este estalido audivel. O pior é que geralmente nos damos por satisfeitos com esta explicação, mesmo sem questionar se faz ou não sentido (gases no líquido sinovial? Bolhas no interior da articulação? ) ou mesmo se existe algum fundamento científico para esta resposta.
Pois bem, hoje resolvi bancar o caçador de mitos e investigar este fenômeno pouco compreendido que constitui um verdadeiro enigma da fisioterapia.
O FENÔMENO DE CAVITAÇÃO
Logo de cara devo dizer que a hipótese do ruído ser causado por bolhas no líquido sinovial não é fruto da imaginação fértil de algum professor de cinesiologia, mas sim baseada nos resultados de pesquisas científicas.
Os primeiros pesquisadores a investigar o fenômeno de barulho nas articulações foram Roston e Haines em 1947 (Roston JB, Haines RW. Cracking in the metacarpophalangeal joint. J Anat 1947; 81:165-73.). Eles estudaram as forças de distração (afastamento) para gerar o estalo na articulação metacarpofalangeana.
No experimento realizado por eles, as articulações foram inicialmente separadas por cerca de 1,8 milímetro, e em seguida registrada a força de distração da articulação e simultâneamente uma radiografia para investigar a distância entre os ossos. Eles observaram que conforme a tensão de distração aumentava, a distância entre os ossos também aumentava de forma proporcional. No entanto logo após o estalo, a radiografia mostrava um aumento muito grande no espaço entre os ossos - ou seja: o comportamento mecânico da articulação era significativamente modificado após o estalo.
Além desta mudança na curva força-deslocamento, estes pesquisadores também observaram a formação de uma "cavidade radiolucente" (radiolucent cavity) no interior da articulação após o estalido. Eles especularam que esta cavitação seria formada pelo vácuo parcial criado pela distração da articulação. Aqui vale a pena uma pequena explicação: Cavitação é um termo utilizado para descrever a formação de bolhas de gases no interior de um fluido devido a uma redução da pressão local.

O trabalho de Haines e Roston ficou esquecido por 25 anos, até que em 1972, Unsworth e colaboradores, publicaram um trabalho sobre os gases no interior da articulação após o estalo audível (Unsworth A, Dowson D, Wright V. Cracking joints: a bioengineering study of cavitation in the metacarpophalangeal joint. Ann Rheum Dis 1972; 30:348-58). Assim como Haines e Roston, eles também observaram que o grau de afastamento articular também aumentava muito após o estalo. Eles verificaram que antes do estalo, o espaço intra-articular era de 0,98 mm, e que imediatamente após o crack o espaço articular aumentava para 2,50 mm. Cinco minutos mais tarde, o espaço intra-articular era de 1,40 mm; e 15 minutos depois, o espaço havia retornado à distância de 0,98 mm.

Além disso, eles também estudaram a composição do gás diluido no líquido sinovial. A maior parte (80%) desse gás é composto por dióxido de carbono, e seu volume corresponde a cerca de 15% do volume da articulação. Foi calculado que após o estalo, o gás demorava uns 30 minutos para se dissolver novamente no líquido sinovial. Curiosamente, este intervalo é bem próximo ao tempo necessário para que a articulação possa ser estalada novamente.

Em 1988, Mierau et al (Mierau D, Cassidy JD, Bowen V, Dupuis P, Noftall F. Manipulation and mobilization of the third metacarpophalangeal joint: a quantitative radiographic and range of motion study. Manual Med 1988; 3:135-40.) descobriram que as articulações após o estalo apresentavam uma escala significativamente maior de movimento. Isso indica que o fenômeno sonoro é associado a pelo menos um aumento temporário na amplitude de movimento de uma articulação.

Bem, como toda boa pesquisa, esta minha singela postagem gerou algumas outras perguntas que me esforçarei em responder baseado em pesquisas publicadas:
Estalar as articulações tem alguma relevância clínica ? (sei que estarei mexendo em um vespeiro!!!), Afinal, faz bem, faz mal ou tanto faz? Dá artrose? Engrossa os dedos? Vou tentar responder a estas perguntas em breve.

REFERÊNCIAS:

Joint cracking and popping Understanding noises that accompany articular release

Why do spinal manipulation techniques take the form they do - Towards a general model of spinal manipulation

TEXTO RETIRADO DO SITE: WWW.fisioterapiahumberto.blogspot.com.br (guia do fisioterapeuta)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Nota da SOBRAFISA sobre a Acupuntura

SOBRAFISA DECLARA:
“A ACUPUNTURA É MULTIPROFISSIONAL E NÃO EXCLUSIVA DE MÉDICOS”.
“Acupuntura pode ser feita pelo Fisioterapeuta”
A SOBRAFISA – Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupuntura.
ESCLARECE aos seus associados e população:
O Conselho Gestor da SOBRAFISA reunido durante as atividades do IV Congresso Brasileiro de Acupuntura aberto dia 30 de abril e transcorrendo com sucesso absoluto em Ribeirão Preto, após consulta a vários Juristas sobre o assunto: “acupuntura quem pode praticar” e a inúmeras sentenças favoráveis já prolatadas legitimando o Fisioterapeuta a essa prática milenar, resolve a bem da verdade e no sentido de tranquilizar seus Associados, aos Fisioterapeutas em geral e a Sociedade que se beneficia dessa Assistência e do Projeto “ACUPUNTURA SOLIDÁRIA”
Que a decisão do TRF da 1ª região não se sobrepõe a decisão do STJ anteriormente TFR que já em
1987 como última instancia decidiu pela legalidade do FISIOTERAPEUTA praticar a ACUPUNTURA. Essa conquista do CREFITO 2 se estende a todo Brasil, e a conclusão obvia a que se chega é:
“ACUPUNTURA PODE SER EXERCIDA PELO FISIOTERAPEUTA. É LEGAL! É DIREITO ASSEGURADO!”
SOBRAFISA reafirma: O exercício da Acupuntura pelo Fisioterapeuta já esta garantido desde 1987, pois o julgamento que foi divulgado essa semana pela
mídia, não tem força jurídica para anular decisões do Supremo Tribunal Federal, pois este é instância jurídica superior em relação ao julgamento divulgado.
Solicitamos a impressa desfazer esse equívoco, a bem da verdade, por ter acarretado prejuízos aos profissionais estabelecidos, mas principalmente a sociedade e aos pacientes que se inquietam e se sentem inseguros diante das falsidades e da inconstitucionalidade da sentença ora divulgada de forma leviana e irresponsável.
Portanto: “A ACUPUNTURA É MULTIPROFISSIONAL E NÃO EXCLUSIVA DE MÉDICOS”.
Veja nota no site da SOBRAFISA outras sentenças já prolatadas
WWW.sobrafisa.org.br