quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dor e Stress

As emoções tem um papel importante na percepção da dor, podendo alterar o limiar da dor (diminuindo ou amplificando).
Não é raro pacientes em tratamento de depressão apresentar dores crônicas e mesmo os pacientes com queixa de dores por um longo período costumam apresentarem sinais e sintomas de stress e depressão, durante muito tempo isso não foi levado em conta, muitas vezes era até levantadas algumas suspeitas sobre a existência de tais dores.
Conforme o estudo do cérebro foi sendo mais aprofundado e conhecido os circuitos neurais a abordagem e a compreensão desses pacientes foi mudando drasticamente.
Atualmente sabe-se que alguns neurotransmissores envolvidos nos quadros de depressão estão envolvidos também na sensação de dor. Outro fato é a integração das fibras de dor com o sistema límbico (emoções), o que explica muitas vezes a vontade de xingar quando nos machucamos, essas fibras nociceptivas (fibras de dor) também tem conexões com a formação reticular, que alem de outras funções controla o sono, pois isso a dor muitas vezes é pior a noite, e a falta do sono trás também consequências terríveis nos quadros de stress e depressão.
Segundo algumas pesquisas o Brasil está entre os países mais estressados, e com a auto-medicação temos visto abuso de analgésicos que na maioria das vezes não traz beneficio ao paciente.
O grande problema que nem sempre é fácil detectar quando o paciente apresenta realmente uma dor física, uma dor psicossomática ou mesmo se o quadro psicológico esta amplificando a dor física, existem algumas pistas mas não é uma regra, mas vale a pena ficar atento se o paciente apresenta histórico de depressão, distúrbios do sono, gastrite, queixas sobre o dia-a-dia no trabalho, em casa ou na escola, cefaleia, quadros de tristeza sem motivo, fadiga (cansaço), ganho ou perda de peso alterações do apetite), se a dor encontra-se presenta há mais de 3 meses (dor crônica).
O trabalho com uma equipe multidisciplinar com certeza é de grande utilidade, pois a visão de outros profissionais pode ajudar a diferenciar um paciente com dor psicossomática.
O tratamento quando detectada a presença do fator emocional no paciente deve ser por uma equipe multidisciplinar, abordando todos os aspectos que possam estar envolvidos no quadro do paciente, negligenciar a intervenção de outros profissionais é arriscar piorar a situação do paciente, podendo entrar num ciclo vicioso perigoso onde a dor piora o stress que aumenta a dor e assim por diante.




quinta-feira, 12 de julho de 2012

DOR CRÔNICA


A dor é um importante mecanismo de defesa do nosso corpo, ela informa que algo não está normal no nosso organismo, sem ela por exemplo não sentiríamos que quebramos um osso e sem a devida proteção poderíamos agravar a lesão, ela também informa sobre um potencial dano aos tecidos, como colocar a mão sobre uma superfície quente.
Acontece que quando ela se torna constante isso se torna um grande problema, a DOR CRÔNICA. Segundo a Organização Mundial da Saúde OMS uma em cada cinco pessoas sofrem com dores crônicas.
A dor crônica pode ser definida como uma dor com duração superior a 3 meses, ou por um período superior ao estimado para a recuperação do paciente.
O problema é bem complexo e causa impactos na qualidade de vida dos indivíduos acometidos pela dor e também impactos na economia, estima-se que só nos EUA as dores crônicas causam prejuízos de mais de 210 bilhões de dólares (entre tratamentos, faltas ao trabalho e baixa produtividade dos trabalhadores com dor).
As mulheres são mais acometidas que os homens, cerca de 34% das mulheres e 20% dos homens apresentam dores crônicas.
Muitos estudos são feitos para entender e amenizar esse problema, o que se sabe é que o fator emocional tem fortes influencias na perpetuação e na amplificação das dores, e muitas vezes relação direta com o aparecimento das mesmas.
Os estudos apontam que as origens das dores crônicas são complexas, assim como não existe um tratamento único que resolva todos os problemas, mas a associação de alguns medicamentos com tratamentos físicos e psicológicos são os que apresentam resultados mais satisfatórios.
Recentemente foi descoberto que o bloqueio dos canais de cálcio das membranas celulares inibe a transmissão do estímulo doloroso o desafia agora é criar fármacos que atuem apenas nas células responsáveis pela dor.
Dentre os locais mais comuns de dores crônicas estão a coluna vertebral (22%), as pernas e os pés (20%), o peito (17%) e a cabeça (16%).

Dentre os tratamentos fisioterapêuticos se destacam as terapias manuais (Osteopatia, RPG, Terapia Crânio-sacral), massagens, hidroterapia e uso das correntes elétricas (TENS), acupuntura e outras.
Sob o ponto de vista global algumas das dores persistentes tem como origem o desequilíbrio das estruturas corporais e por essa razão, por mais que se tomem medicamentos ou submeta o paciente a tratamentos convencionais a dor irá persistir, pode até diminuir de intensidade, mas sem a correção estrutural, ou seja, a correção dessas estruturas, a dor irá se perpetuar.
Muitas das patologias degenerativas que são responsáveis pelas dores crônicas tem origem nas alterações funcionais do corpo.
Como não existe ainda uma única técnica ou método 100% eficaz, a equipe multidisciplinar é a melhor opção para o combate da dor crônica, médicos, fisioterapeutas e psicólogos, o entrosamento entre esses profissionais pode fazer a diferença para aqueles que sofrem de dor crônica.